Destaques

Apresentação de documentos em destaque do Município da Vidigueira

Documentos em destaque

Foral Vidigueira - visualizador
Imagem cedida pelo ANTT

Foral da Vidigueira

Foral de «Leitura Nova» outorgado à Vidigueira (na altura pertencente à Casa de Bragança) por D. Manuel I em 1 de Junho de 1512.

No Foral da Vidigueira encontramos alusão aos principais produtos que nestas terras se produziam e à regulamentação que lhes estava implícita por ordem régia. Desta forma, entre outras, constam referências ao pão, vinho, linho, azeite ou cereais. Estabelece-se o Salaio (imposto indirecto sobre o pão cozido) e o Relego (período exclusivo para venda dos vinhos do rei, a não ser com autorização e mediante o pagamento de um imposto também denominado relego) e indica-nos que existiam na vila dois tabeliães, um lagar pertencente ao senhorio, e dois reguengos (o das Relíquias e o da Codesseira). Resumindo, estes diplomas correspondiam a uma lei escrita organizadora do local, que regulava a vida social, politica e económica. Nestes eram consignadas liberdades e garantias aos moradores e aos seus bens e eram estabelecidos os direitos reais que o concelho ficava obrigado a pagar ao Rei.

O Arquivo Municipal decidiu facilitar o acesso à informação, nomeadamente, a esta documentação específica que se encontra no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, no Livro dos Forais Novos de Entre Tejo e Odiana (Leitura Nova, liv. 45, fls. 34 e 35).

Documentos em destaque

Abastecimento de água à Vidigueira (Bica da Cascata) - Cerimónia de inauguração

Thumb Abastecimento de água à Vidigueira (Bica

Código de referência: PT/AMVDG/VMPB/A/000001

Datas de produção: 1890-03/1890-03

Âmbito e conteúdo: Cerimónia de inauguração do abastecimento de água à Vidigueira (Bica da Cascata). A imagem de Nossa Senhora das Relíquias foi trazida da Igreja do Carmo para proceder à bênção das águas. No canto inferior esquerdo visualizamos a Bica da Cascata e o muro que se prolonga para a direita ao longo da fotografia. Acima do muro vemos muitos populares vestidos a rigor na rua e às janelas, assistindo às cerimónias de inauguração do abastecimento de água à Vidigueira em 1891. Destaca-se uma espécie de coreto ou estrado, ornamentado com tecido e vegetação, sobre o qual estaria a elite política e social de Vidigueira, sendo visível a presença de Francisco Correia Herédia, Visconde da Ribeira Brava, presidente da Câmara Municipal nesse período e responsável por obra de tamanha dimensão e importância para a localidade e respectiva comunidade. Na monografia “Vidigueira e o seu Concelho” de José Palma Caetano, surgem desenvolvimentos a este respeito que passamos a transcrever: «O do abastecimento de água era dos mais importantes para a vila. Discutido na sessão de 3 de Março, houve alguns pareceres contrários, mas a proposta acabou por ser aprovada, tendo-se decidido contrair para isso um empréstimo de 6 contos de réis. As respectivas obras começaram em Junho, e em Março do ano seguinte a Câmara preparava já a cerimónia da inauguração desse melhoramento, resolvendo trazer da Igreja do Carmo a imagem de Nossa Senhora das Relíquias, a fim de se proceder à bênção das águas. Diz-se que nas festas da inauguração as águas correram ininterruptamente durante três dias. E afirma-se também que os Pulidos nunca utilizaram essa água, bebendo a da sua Quinta de S. Lázaro. As águas então canalizadas para a Vidigueira vinham da Serra do Mendro e as respectivas nascentes foram cedidas pela família Barahona, que se contavam entre os maiores latifundiários do concelho e, segundo consta, era também contrária ao projecto». Nota: A rivalidade entre regeneradores e progressistas fez-se sentir também de maneira aguda na Vidigueira, tendo os primeiros como expoente a família Pulido e os segundos o visconde da Ribeira Brava. A essa rivalidade partidária e ideológica acrescia ainda a circunstância de os Pulidos constituírem uma antiga família vidigueirense, que produziu alguns homens notáveis, mesmo a nível nacional, enquanto Ribeira Brava era por assim dizer um «estranho» - como muitas vezes lhe chamaram –, que veio parar à Vidigueira por ter casado com a filha de D. José Gil, o proprietário da Quinta do Carmo, que o visconde depois herdou e onde, por isso, estabeleceu a sua residência. A animosidade e as contendas – em que se misturavam paixões políticas e interesses de vária ordem – entre o visconde e os Pulidos ficaram célebres na vila.

Cortejo de Oferendas em Vidigueira

Thumb Cortejo de Oferendas em Vidigueira

Código de referência: PT/AMVDG/VMPB/A/000019

Datas de produção: 1956/1956

Âmbito e conteúdo: Cortejo de oferendas realizado no ano de 1956 a reverter para o Hospital. Fotografia captada junto à Praça Vasco da Gama, sendo visíveis vários animais muares que puxavam as carroças provenientes das várias casas agrícolas e comerciais como é o exemplo da "Casa Agrícola Pulido Garcia - Para os Pobres" e de "António João Contente - Agente em Vidigueira", informações presentes nos cartazes identificativos. Fotografia de grupo em que podemos ver, em cima, da esquerda para a direita, Maria Joana Bastos, Ana Rocha, Cipriana Carrujo, Maria Josefa Leirão, Maria Luísa, Bernardina Rocha, Maria das Relíquias, Maria Catarina, Rosária Ganço e Rosa Faveira. Em baixo, da esquerda para a direita pode ver-se José António Coxinho, Joaquim Leirão, João Noronha, Jacinto Cunha, José Francisco Trole Prego, Joaquim Bastos, Joaquim “Ralo” e Maria Romana. Vejam-se também as fotografias A-0011, A-0016 e A-0039 que complementam o presente acontecimento de cariz social.

Igreja de Marmelar

Thumb Igreja de Marmelar

Código de referência: PT/AMVDG/VMPB/F/000019

Datas de produção: 1955/1955

Âmbito e conteúdo: Fotografia da igreja paroquial de Marmelar. No site da Direcção-Geral do Património Cultural (www.patrimoniocultural.pt em 15-10-2015) pode ler-se a seguinte informação a respeito deste monumento: “A igrejinha de Santa Brígida, padroeira do antigo concelho de Marmelar, foi seguramente erguida na primeira metade de Quinhentos, conservando ainda a estrutura original, do reinado de D. Manuel. A sua feição representa um exemplo claro do estilo manuelino-mudéjar que então constituía o modelo corrente na região, patente nos volumes escalonados rematados por merlões chanfrados e nos robustos contrafortes cilíndricos coroados por coruchéus cónicos, conferindo aos edifícios o carácter de templo fortificado. A fachada, antigamente antecedida por um alpendre ou galilé, vazada por três arcadas redondas, já destruída, é aberta por um singelo portal de verga recta. A empena, muito rebaixada, remata com uma sineira à direita, e possui um segundo sino exactamente a meio, cujo eixo é fixado numa das ombreiras da sineira e num pilar erguido mais à esquerda. Os elementos mais marcantes desta fachada são os dois contrafortes cilíndricos envolvendo os cunhais, que se repetem a meio das fachadas laterais e nos ângulos da capela-mor, encimados por pináculos cónicos, e ligados por fiadas de merlões. O conjunto é inteiramente caiado, à excepção das ombreiras do portal, facto que contribui para dar um tom mais rústico ao edifício. A planta da igreja é constituída pelo corpo rectangular da nave, ao qual se adossa a capela-mor quadrada, e ainda os volumes diferenciados das dependências auxiliares. O interior, de nave única, é coberto por abóbada de aresta assente sobre mísulas e com fechos decorados. A capela-mor é antecedida por arco de volta perfeita e um pequeno degrau, e coberta por abóbada gótica de nervuras, assente em mísulas. No altar-mor está uma imagem de Santa Brígida, e em dois altares laterais conservam-se as imagens de Nossa Senhora do Rosário e de Nossa Senhora das Neves. Na decoração das chaves ou fechos do templo incluem-se figurações da Cruz da Ordem de Cristo, ornatos naturalistas, bolas e torcidos característicos do repertório manuelino. A pia baptismal, datada de meados do século XVI, é uma bacia octogonal sobre colunelo tosco e anelado, com base quadrada revestida de palmetas. Os alçados merecem particular atenção neste templo. Integralmente cobertos por pintura mural com figuração sacra e naturalista, estiveram caiados a partir de meados do século XX, até se ter efectuado o recente restauro (2003) que restituiu às pinturas a vitalidade possível. O restauro foi levado a cabo com o apoio da Fundação Carmona e Costa, estando a igreja incluída na Rota do Fresco, percurso que visa divulgar exemplos da pintura mural dos concelhos de Alvito, Cuba, Portel, Vidigueira e Viana do Alentejo.”

Igreja Matriz de S. Pedro

Thumb Igreja Matriz de S. Pedro

Código de referência: PT/AMVDG/VMPB/F/000003

Datas de produção: 1927/1927

Âmbito e conteúdo: Igreja Matriz de S.Pedro em Vidigueira (actual jardim Orlando Mello do Rego, junto à bica da Cascata). Afectada pelo terramoto de 1755, entrou em ruína e acabou por ser demolida dando lugar ao actual espaço ajardinado. Observa-se a respectiva fachada e cobertura já em ruína. Em cima, do lado direito, podemos ver dois campanários paralelos a si próprios e transversais ao edifício religioso. Na parte de inferior podemos observar a seguinte informação: “1927 – Vidigueira – Igreja Matriz – Cliché Mattos Rosa.

Largo 5 de Outubro em Vidigueira

Thumb Largo 5 de Outubro em Vidigueira

Código de referência: PT/AMVDG/VMPB/C/000001

Datas de produção: /

Âmbito e conteúdo: Fotografia tirada junto à fachada da Mercearia Barradas, estando visível o canto da casa da D. Maria de Aires (do lado esquerdo), ainda sem os azulejos amarelos que a individualizam, e a bica da cascata, ao fundo. São visíveis várias crianças a circular. Fotografia original cedida pelo Sr. José Augusto Barradas ao Museu Municipal de Vidigueira.

Largo Fialho de Almeida

Thumb Largo Fialho de Almeida

Código de referência: PT/AMVDG/VMPB/C/000057

Datas de produção: 1949-09/1949-09

Âmbito e conteúdo: Fotografia do Largo Fialho de Almeida em Vila de Frades, anteriormente designado, possivelmente, por Praça Velha. São visíveis algumas pessoas, o candeeiro e a bica no centro do largo e, ao fundo, a torre do relógio sobranceira ao casario. Do lado esquerdo da fotografia, o homem à direita, caminhando na direcção da objectiva, é Severino Marques (pai da doadora). No verso da fotografia encontramos inscrita a seguinte informação: “Setembro de 1949. Visita ao Largo Fialho de Almeida, Vila de Frades”.

Matadouro e lavadouro de Vidigueira

Thumb Matadouro e lavadouro de Vidigueira

Código de referência: PT/AMVDG/VMPB/C/000046

Datas de produção: 1928/1928

Âmbito e conteúdo: Este edifício público estava localizado, sensivelmente, a meio da actual Rua do Matadouro, que se estende do Mercado Municipal à saída de Vidigueira para Vila de Frades, vulgarmente conhecida por “Estrada Velha”. Aqui se realizavam, por um lado, o abate de animais e, por outro lado, a lavagem da roupa. No canto inferior esquerdo vemos, inscrita a caneta, a data de 1928, aqui colocada por António dos Santos Matos Rosa que a tirou nessa data, tendo sido divulgada mais tarde através de um postal realizado a partir desta fotografia. Ao centro, próximo da entrada principal e do tanque de lavagem, podemos observar, altaneiro, um catavento que permitia bombear a água. Neste registo são visíveis alguns homens junto à entrada, bem como, inúmeras mulheres e crianças em redor do “lago”.

Mercado Municipal

Thumb Mercado Municipal

Código de referência: PT/AMVDG/VMPB/C/000058

Datas de produção: 1928/1928

Âmbito e conteúdo: Fotografia do Mercado Municipal de Vidigueira. Na parte inferior podemos ver a seguinte informação: “(5) Vidigueira - Mercado. Cliché Mattos Rosa”. Acresce ainda, no canto inferior esquerdo, a inscrição do ano de 1928, a caneta, o que nos permite identificar e datar o registo fotográfico.

Mercearia Barradas

Thumb Mercearia Barradas

Código de referência: PT/AMVDG/VMPB/C/000002

Datas de produção: 1920/1930

Âmbito e conteúdo: Postal de factura da “Mercearia Barradas” (actual Banco Santander Totta). Da esquerda para a direita pode observar-se: Romão Barradas (irmão do dono da loja que, com um carro puxado por um cavalo, abastecia de petróleo, com um bidon, a Vidigueira e as aldeias), João Barradas, desconhecido, desconhecido, António Pinto Esteves (irmão do Augusto fotógrafo e alfaiates), António Rosa (pedreiro), desconhecido, José Francisco Pólvora Barradas (dono da loja), Zé da Cuba, Manuel Gatinho (abastecendo o seu carro). Na fachada da mercearia encontrava-se a seguinte informação: "José F. Pólvora Barradas - Casa fundada em 1921 - Fazenda, Mercearias, Louças, Vidros e outros artigos - Correspondente bancário e de seguros, Sub. Depositário - Shell Gazolina, petróleo e óleos".

Património Cultural Imaterial do Concelho de Vidigueira

Código de referência: PT/CMVDG/PCICVDG

Datas de produção: /

Âmbito e conteúdo: A definição do conceito de património cultural imaterial não é original ou completamente inovadora, ela exprime uma redefinição de terminologias que, por exemplo em Portugal, são trabalhadas há mais de um século no âmbito da Etnografia e da Antropologia - o "tradicional", o "popular", o "folclore", ou seja, o estudo das "culturas populares e tradicionais". Foi através da Convenção da UNESCO para a Salvaguarda do PCI (2003,ratificada em Portugal em 2008) que a categoria "património cultural imaterial" se instituiu no contexto internacional. O PCI são "as práticas, representações, expressões, conhecimentos e aptidões - bem como os instrumentos, objetos, artefactos e espaços culturais que lhes estão associados - que as comunidades, os grupos e, sendo o caso, os indivíduos reconheçam como fazendo parte integrante do seu património cultural. Esse património cultural imaterial, transmitido de geração em geração, é constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função do seu meio, da sua interação com a natureza e da sua história, incutindo-lhes um sentimento de identidade e de continuidade, contribuindo, desse modo, para a promoção do respeito pela diversidade cultural e pela criatividade humana" (DR, 2008a, n.º 1 do art.º 2.º). Como domínios do PCI a Convenção define: "a) As tradições e expressões orais, incluindo a língua como vetor do património cultural imaterial; b) As artes do espetáculo; c) Práticas sociais, rituais e eventos festivos; d) O conhecimento e as práticas relacionadas com a natureza e o universo; e) Aptidões ligadas ao artesanato tradicional" (DR, 2008a, n.º2 do art.º 2.º) 7. Em Portugal, quando a Convenção foi ratificada em 2008 e depois da inscrição do Fado na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade em 2011, a importância do protagonismo dos atores sociais locais e dos "detentores" legítimos nos processos de patrimonialização da cultura imaterial só foi modestamente compreendida entre a sociedade civil. Ainda hoje quando se fala em PCI a primeira ideia que ocorre é a de identificar uma expressão cultural para a inscrever nas Listas Mundiais e não a identificação, valorização, estudo e salvaguarda intensiva/extensiva do património cultural imaterial local/nacional a partir dos atores sociais locais. Consideramos que mais importante do que evidenciar e reconhecer algumas expressões como património cultural imaterial da Humanidade, a real valorização e salvaguarda do PCI passa pela ação local e inventariação de todas as manifestações que as comunidades consideram como património. A comunidade e os seus representantes (administração local e grupos/associações locais) junto com profissionais do património e da cultura e com a colaboração da academia podem/devem atuar localmente e promover o estudo, a salvaguarda e divulgação do PCI (Isnart, 2013). Tal como cada município tem inventariados e salvaguardados monumentos, património material e património natural o mesmo deve acontecer com o PCI. Estamos a falar de patrimónios distintos, com características diferentes mas que se complementam. Só será possível desenvolver um trabalho sério de inventariação a partir do local, sendo que essa ação desenvolve o sentido comunitário, valoriza a diversidade cultural e, no atual contexto da sociedade global e da homogeneização, defende o autoconhecimento e a cultura local. Os deveres de salvaguarda são assim considerados à luz dos direitos de liberdade dos praticantes e transmissores do PCI. Nesses termos, os mesmos poderão recusar o processo de patrimonialização e, em última instância, torna-se legítima a extinção de uma manifestação "por vontade dos seus praticantes ou na falta de consentimento para a respetiva salvaguarda" (Claro, 2009: 151). As comunidades são as verdadeiras guardiãs do PCI e muitas expressões culturais portuguesas passaram de geração em geração ao longo de dezenas ou centenas de anos independentemente de existirem ou não políticas de salvaguarda. A transmissão do conhecimento é uma ação que as comunidades decidem manter ou extinguir, e quando a mantêm revestem-na daquilo que consideram ser a tradição, o simbólico, mas também a mudança, a hibridez e a adaptação a novos contextos e novos protagonistas. Ou seja, a última palavra e a decisão sobre o que é e como deve ser valorizado e salvaguardado o património cultural imaterial pertence às comunidades locais. É também nesta perspetiva que se define, na Convenção Quadro do Conselho da Europa para o Património Cultural, conhecida pela Convenção de Faro (2005,ratificada em Portugal em 2008), o conceito de "comunidade patrimonial": uma comunidade que é "(…) composta por pessoas que valorizam determinados aspetos do património cultural que desejam, através da iniciativa pública, manter e transmitir às gerações futuras" (DR, 2008b, alínea b) do art.º 2.º).

Procissão - Cerimónia de abastecimento de água à Vidigueira

Thumb Procissão - Cerimónia de abastecimento d

Código de referência: PT/AMVDG/VMPB/A/000009

Datas de produção: 1890/1890

Âmbito e conteúdo: Procissão – Cerimónia de inauguração do abastecimento de água à Vidigueira (Bica da Cascata). A imagem de Nossa Senhora das Relíquias foi trazida da Igreja do Carmo para benzer as águas. Fotografia captada a partir da Bica da Cascata em direcção à procissão que se encaminhava para esta, sendo visível, ao centro, o andor que transportava a imagem de Nossa Senhora das Relíquias. Presença de muitos populares na rua e às janelas a assistir à cerimónia religiosa. A rua ou largo estava ornamentada com uma espécie de mastros envoltos com vegetação e encimados por bandeiras, sobressaindo, ao fundo uma espécie de arco decorativo. Na monografia “Vidigueira e o seu Concelho” de José Palma Caetano, surgem desenvolvimentos a este respeito que passamos a transcrever: «O do abastecimento de água era dos mais importantes para a vila. Discutido na sessão de 3 de Março, houve alguns pareceres contrários, mas a proposta acabou por ser aprovada, tendo-se decidido contrair para isso um empréstimo de 6 contos de réis. As respectivas obras começaram em Junho, e em Março do ano seguinte a Câmara preparava já a cerimónia da inauguração desse melhoramento, resolvendo trazer da Igreja do Carmo a imagem de Nossa Senhora das Relíquias, a fim de se proceder à bênção das águas. Diz-se que nas festas da inauguração as águas correram ininterruptamente durante três dias. E afirma-se também que os Pulidos nunca utilizaram essa água, bebendo a da sua Quinta de S. Lázaro. As águas então canalizadas para a Vidigueira vinham da Serra do Mendro e as respectivas nascentes foram cedidas pela família Barahona, que se contavam entre os maiores latifundiários do concelho e, segundo consta, era também contrária ao projecto». Nota: A rivalidade entre regeneradores e progressistas fez-se sentir também de maneira aguda na Vidigueira, tendo os primeiros como expoente a família Pulido e os segundos o visconde da Ribeira Brava. A essa rivalidade partidária e ideológica acrescia ainda a circunstância de os Pulidos constituírem uma antiga família vidigueirense, que produziu alguns homens notáveis, mesmo a nível nacional, enquanto Ribeira Brava era por assim dizer um «estranho» - como muitas vezes lhe chamaram –, que veio parar à Vidigueira por ter casado com a filha de D. José Gil, o proprietário da Quinta do Carmo, que o visconde depois herdou e onde, por isso, estabeleceu a sua residência. A animosidade e as contendas – em que se misturavam paixões políticas e interesses de vária ordem – entre o visconde e os Pulidos ficaram célebres na vila.

Torre do Relógio

Thumb Torre do Relógio

Código de referência: PT/AMVDG/VMPB/F/000015

Datas de produção: 1966/1966

Âmbito e conteúdo: Registo fotográfico da Torre do Relógio em Vidigueira no ano de 1966. Nesta fotografia consta uma criança, um cão e um jipe.

Vindimadores na Casa do Alentejo

Thumb Vindimadores na Casa do Alentejo

Código de referência: PT/AMVDG/VMPB/A/000088

Datas de produção: 1966/1967

Âmbito e conteúdo: Actuação dos Vindimadores na Casa do Alentejo em Lisboa. Ao centro vemos Manuel João Mansos abraçando os escritores Armindo Rodrigues (à esquerda) e Urbano Tavares Rodrigues (à direita), seguido da poetisa Natália Correia. Da esquerda para a direita, no grupo de cantores, ostentando a indumentária própria que os caracteriza, vemos desconhecido, Olímpio “da Rendeira”, Inocêncio Ramalho, Joaquim José Lopes (“da Bordala”), Francisco Manuel Lança e os já referidos Armindo Rodrigues, Manuel João mansos e Urbano Tavares Rodrigues. Atrás destes últimos dois, encontramos Francisco Maria Arrojado e José Faro. Atrás de Natália Correia pode ver-se Domingos Trole, seguindo-se, ao lado da poetisa, Francisco Caciones, atrás do qual vemos Júlio Tanganho, sucedendo-se Aires Mota, Aníbal Espadela e Arsénio Avôzinho. Ao lado deste, embora não pertencesse ao grupo parece constar o vidigueirense António Estrela. No verso da fotografia encontramos um carimbo referente à casa de fotografia onde se lê: “Foto Sol-Arte – Reportagens fotográficas – Calçada de Sant`Ana, 101 r/c – telefone 861420 – Cliché n.º 5 – Lisboa”.