Abastecimento de água à Vidigueira (Bica da Cascata) - Cerimónia de inauguração
Nível de descrição
Documento simples
Código de referência
PT/AMVDG/VMPB/A/000001
Tipo de título
Atribuído
Título
Abastecimento de água à Vidigueira (Bica da Cascata) - Cerimónia de inauguração
Datas de produção
1890-03
a
1890-03
Dimensão e suporte
Digital de cópia de original
Fonte imediata de aquisição ou transferência
Empréstimo para digitalização - Justo Galinha
Âmbito e conteúdo
Cerimónia de inauguração do abastecimento de água à Vidigueira (Bica da Cascata). A imagem de Nossa Senhora das Relíquias foi trazida da Igreja do Carmo para proceder à bênção das águas. No canto inferior esquerdo visualizamos a Bica da Cascata e o muro que se prolonga para a direita ao longo da fotografia. Acima do muro vemos muitos populares vestidos a rigor na rua e às janelas, assistindo às cerimónias de inauguração do abastecimento de água à Vidigueira em 1891. Destaca-se uma espécie de coreto ou estrado, ornamentado com tecido e vegetação, sobre o qual estaria a elite política e social de Vidigueira, sendo visível a presença de Francisco Correia Herédia, Visconde da Ribeira Brava, presidente da Câmara Municipal nesse período e responsável por obra de tamanha dimensão e importância para a localidade e respectiva comunidade. Na monografia “Vidigueira e o seu Concelho” de José Palma Caetano, surgem desenvolvimentos a este respeito que passamos a transcrever: «O do abastecimento de água era dos mais importantes para a vila. Discutido na sessão de 3 de Março, houve alguns pareceres contrários, mas a proposta acabou por ser aprovada, tendo-se decidido contrair para isso um empréstimo de 6 contos de réis. As respectivas obras começaram em Junho, e em Março do ano seguinte a Câmara preparava já a cerimónia da inauguração desse melhoramento, resolvendo trazer da Igreja do Carmo a imagem de Nossa Senhora das Relíquias, a fim de se proceder à bênção das águas. Diz-se que nas festas da inauguração as águas correram ininterruptamente durante três dias. E afirma-se também que os Pulidos nunca utilizaram essa água, bebendo a da sua Quinta de S. Lázaro. As águas então canalizadas para a Vidigueira vinham da Serra do Mendro e as respectivas nascentes foram cedidas pela família Barahona, que se contavam entre os maiores latifundiários do concelho e, segundo consta, era também contrária ao projecto». Nota: A rivalidade entre regeneradores e progressistas fez-se sentir também de maneira aguda na Vidigueira, tendo os primeiros como expoente a família Pulido e os segundos o visconde da Ribeira Brava. A essa rivalidade partidária e ideológica acrescia ainda a circunstância de os Pulidos constituírem uma antiga família vidigueirense, que produziu alguns homens notáveis, mesmo a nível nacional, enquanto Ribeira Brava era por assim dizer um «estranho» - como muitas vezes lhe chamaram –, que veio parar à Vidigueira por ter casado com a filha de D. José Gil, o proprietário da Quinta do Carmo, que o visconde depois herdou e onde, por isso, estabeleceu a sua residência. A animosidade e as contendas – em que se misturavam paixões políticas e interesses de vária ordem – entre o visconde e os Pulidos ficaram célebres na vila.
Cota descritiva
VMPB/A
Idioma e escrita
Português
Unidades de descrição relacionadas
Vejam-se também os seguintes elementos: A-0008, A-0009, A-0010 e A-0040.