"Ao meu vizinho poeta"

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"Ao meu vizinho poeta"

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"Ao meu vizinho poeta"

Detalhes do registo

Nível de descrição

Unidade de instalação   Unidade de instalação

Código de referência

PT/CMVDG/PCICVDG/E-A/001-001/0006

Tipo de título

Controlado

Título

"Ao meu vizinho poeta"

Âmbito e conteúdo

A presente ficha que abaixo consta foi "construída" tendo por base os domínios ou campos de preenchimento previsto no programa Matriz 3 (MatrizPCI), tendo em vista a estruturação base para registo da informação respeitante a esta tipologia de Património e à consequente adaptação da base de dados do Arquivo Municipal - Archeevo - para disponibilização online dos respectivos conteúdos.IDENTIFICAÇÃON.º de Inventário: PT_CMVDG_PCICVDG-E-A-001-001-0006Domínio: Tradições e expressões oraisCategoria: Manifestações literárias, orais e escritasDescritores: Poesia Popular - Mariana Almeida (autora)Denominação: "Ao meu vizinho poeta" (poema)Outras Denominações: -Identificador: CMVDG (Câmara Municipal de Vidigueira)Tipo: Poesia PopularEspecificações: Registo identificado e recolhido pela Câmara Municipal de Vidigueira, por Luísa Costa, em colaboração com António Menêzes Produções, que efectuou a recolha em vídeo.Contexto Tipológico: Poesia popular, oral, proveniente da autora Mariana Almeida._CONTEXTO DE PRODUÇÃOContexto SocialEntidadeTipo: Indivíduo (Mariana Almeida)Entidade: Acesso: Condicionado (círculo de amigos, família ou declamação em festas ou outros eventos) / Público (através do acesso ao vídeo)Especificações: O presente poema apenas está registado em vídeo (não se encontrando em qualquer manuscrito ou publicação), podendo ainda ser ouvido quando declamado pela autora.Contexto TerritorialLocal: Alcaria da Serra (Concelho de Vidigueira)Classificação Geográfica: Portugal - Beja - Vidigueira - Alcaria da SerraNUTs: Portugal - Continente - Alentejo - Baixo AlentejoContexto TemporalData: Periodicidade: De carácter episódicoEspecificações: -_CARACTERIZAÇÃOCaracterização Síntese: Poema dedicado ao seu vizinho poeta que gentilmente lhe ofereceu um presente.Caracterização Desenvolvida: "Ao meu vizinho poeta"Ao meu vizinho poetaEu venho hoje agradecerA gentileza da ofertaQue fez gosto em me oferecerNão contava caro senhorCom sua atenção e merecidaDeus lhe pague com amorE longos anos de vidaVida de saúde cheiaE do melhor bem estarEsta cigana de aldeiaHoje lhe quer desejarQuando eu era meninaPediu-me linda ciganaDeixa-me ler tua sinaVem para a minha caravanaEu respondi-lhe a sorrirBem longe da brincadeiraMuito gostaria de irPara andarmos de feira em feiraEu comecei muito a pensarNo convite da bela esperançaEra um sonho a bailarNos meus sonhos de criança E num santo Natal partiE na caravana entreiMuitas feiras percorriCigana sempre fiqueiDormia sempre ao relentoNas lindas noites de VerãoFilha da estrada, chuva e ventoA pedir azeite e pãoE no Inverno rigorosoPedia com muito carinhoAo lavrador generosoPousada no seu ombrinhoBebia em todas as fontes Água fresca bem fresquinhaSubia aos mais altos montesMontada em velha burrinhaTodas as noites sonhavaMuitos sonhos bem bonitosE ao levantar eu lavavaAs caras aos ciganitosE eles vivos e azougadosDiziam-nos a sorrirEstamos todos bem lavadosAgora vamos pedirE eu olhava-os encantadaDizia-lhes amigos meusNunca roubem nada, nadaPeçam por amor de Deus E eles partiam cantandoSuas ricas melodiasEu ficava-lhes acenandoEram alegres meus diasEu era a loura ciganaSempre pronta a trabalharNa campina alentejanaO rico trigo a mandarDe loura trança apertadaCom mais uma fitinhaRoupa pobre mas lavadaE ao peito uma medalhinha Que beijava ao acordarE com a maior devoção Para sempre me acompanharA virgem da ConceiçãoE quando ía a Vila ViçosaNo dia da sua feiraLevava sempre uma rosaEra a querida PadroeiraDe avental muito rodadoÀs risquinhas amarelas Casaquinho muito cintadoNos pés pobres chinelasSaia de barata chitaCom remendos mal deitadosA cigana MarianitaConhecida em muitos ladosFala não me conhecerDiz uma grande verdadeNunca me chegou a verNem de manhã nem à tardeNem ao sol posto à noitinhaCreio nunca me ter vistoMas sou também sua vizinhaSua irmã em Jesus CristoAinda que eu seja ciganaTodos nós somos irmãosNosso senhor pede amaDá ao mundo inteiro as mãosAté a dama mais nobrePerde todo o seu valorSe abandonar o pobreNão lhe der seu amorPoeta vou terminarPerdoe a minha maçadaSe me quiser visitarEnvio-lhe a minha moradaQuarenta e oito é a portinhaNa rua não há igualNa hoje distante hortinhaDo anjo de Portugal Na hoje distante hortinhaPasso horas a trabalharFoi a minha santa mãezinhaQue o lindo nome lhe quis darÉ a história do anjo de Portugal _CONTEXTO DE TRANSMISSÃOEstado de Transmissão: ActivoDescrição: Poeta popular ainda viva em 2019.A poesia consta de uma gravação vídeo sobre a autora, editado pela Câmara Municipal de Vidigueira no ano de 2006. Proc. PT-CMVDG-PCICVDG-E-A-001-001Data: 2006-12-14Modo de Transmissão: OralIdioma: PortuguêsAgente de Transmissão: Câmara Municipal de Vidigueira - António Menezes ProduçõesEspecificações: PT-CMVDG-PCICVDG-E-A-001-DVD1 _ORIGEM/HISTORIALMariana Gertrudes Carapeto de Almeida nasceu em Alcaria da Serra no ano de 1932 e viveu sempre nesta localidade, dedicando-se à agricultura e à "vida caseira". Começou a escrever versos e poemas aos oito anos, quando frequentava a 1ª classe, dedicando os primeiros à sua avó.Aos 18 anos manifestou aos pais a sua vontade de estudar e mediante a oposição destes, pediu auxílio a um médico de Grândola, que os convenceu, alegando que a contrariedade da jovem em viver na aldeia, poderia trazer-lhe problemas de saúde.Matriculou-se então no Colégio Sagrado Coração de Jesus em Beja. A vida financeira da família sofreu então um grave revés, com consequências irreversíveis na saúde de seu pai.A jovem Mariana, com 18 anos ainda incompletos, é obrigada a abandonar o colégio e a trocar a capa de estudante pela de oleado e pelas botas de borracha e passar a dedicar-se inteiramente à vida agrícola.Regressa a Alcaria da Serra para gerir a vida agrícola da sua família, tomando as decisões que antes cabiam ao seu pai. Presentemente encontra-se num lar de idosos no concelho de Cuba._CONTEXTO DE DOCUMENTAÇÃOId. Processo: PT_CMVDG_PCICVDG-E-A-001-001Data: 2006-12-14Entidade: Câmara Municipal de VidigueiraResponsável: Luísa Costa e Fernanda Palma; Arquivo Municipal (revisão; edição e tratamento de áudios e vídeos; incorporação na base de dados Archeevo)Função: Coordenação, recolha e tratamentoObservações: O poema encontra-se no processo PT_CMVDG_PCICVDG-E-A-001-001, mais especificamente, em PT-CMVDG-PCICVDG-E-A-001-DVD1_ACÇÕES DE SALVAGUARDARiscos e ameaças: Desaparecimento da autora. Desaparecimento de documentos escritos pela mesma. Acções de salvaguarda: Recolha da poesia da autora em gravação video (PT-CMVDG-PCICVDG-E-A-001-DVD1). Processo PT-CMVDG-PCICVDG-E-A-001-001_ACÇÕES DE DIVULGAÇÃODenominação: -Local: -Data inicial: -_BIBLIOGRAFIA-_MULTIMÉDIAFotografia (PT_CMVDG_PCICVDG-E-A-001-001-0001_001)Vídeo do poema "Ao meu vizinho poeta" (PT_CMVDG_PCICVDG-E-A-001-001-0001_002)Vídeo Biográfico da autora (PT_CMVDG_PCICVDG-E-A-001-001-0001_003)_DOCUMENTAÇÃO ASSOCIADA-_OBSERVAÇÕESA poetisa encontra-se a residir num Lar de Idosos, em Cuba, em 2019.